Alternando planos abertos aéreos do Rio, “Paulo Casé — O arquiteto do encontro”, filme de Paula Fiuza, ambienta as questões urbanísticas da cidade com imagens das construções e obras do arquiteto, morto em agosto, aos 87 anos. Imagens de arquivo e entrevistas com amigos, colegas e o próprio Casé, mostrando o lado carioca apaixonado, complementam o filme, que será exibido hoje, às 15h, na Cinemateca do MAM.

Ao longo dos 73 minutos, há espaço para desvendar o seu processo criativo e conhecer sua trajetória pessoal e profissional. E também para trazer à tona polêmicas, como o obelisco construído em Ipanema, desenhado por ele para o Rio Cidade, projeto do ex-prefeito César Maia concebido na década de 1990.

— Não sou profunda conhecedora de arquitetura, mas mergulhei no personagem. Ele é um arquiteto-artista. Quis fazer um filme sobre o carioca Paulo Casé. O filósofo de botequim, não de forma pejorativa, mas aquele que aplica coisas da vida cotidiana ao seu trabalho — conta Paula, convidada para dirigir o filme por um dos quatro filhos de Casé, Augusto, que assina a produção.

Quando escrevia para o “Jornal do Brasil”, o arquiteto escolhia lugares pela cidade para que os leitores os identificassem a partir de fotografias, buscando um interesse por urbanismo e pelo Rio de Janeiro.

No filme, há ainda espaço para críticas do próprio arquiteto sobre o projeto modernista de Lúcio Costa para Brasília e a Barra da Tijuca.

— Com todo o respeito… Ele fazia uma arquitetura extraordinária. Era Brasil com todas as características tropicais. E, de repente, em Brasília ele fez o decálogo do urbanismo moderno, que pra mim é um desastre.

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Ivan Rezende
Formado pela faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com pós graduação na Universidade de Navarro Espanha, é o responsável pelo escritório de arquitetura que leva seu nome. Conheça o seu trabalho www.ivanrezendearquitetura.com.br

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