Em diálogo com o Festival Mulheres do Mundo (Women of the World), a mostra apresenta um recorte de obras de mais de 150 artistas históricas e contemporâneas, brasileiras e estrangeiras, que integram o acervo.
O Museu de Arte do Rio abre ao público no dia 16 de novembro a exposição “Mulheres na Coleção MAR”. Em diálogo com o Festival Mulheres do Mundo (Women of the World), a mostra apresenta um recorte de obras de mais de 150 artistas históricas e contemporâneas, brasileiras e estrangeiras, que integram o acervo. Estão presentes artistas como Tarsila do Amaral, Tomie Ohtake, Beatriz Milhazes, Güler Ates, Marie Nivouliès de Pierrefort, Abigail de Andrade, Louise Bourgeois, Neide Sá, Jenny Holzer, Leila Danziger, Vânia Mignone e Célia Euvaldo.
Pela primeira vez na história do MAR, a curadoria foi realizada a partir de um processo colaborativo que envolveu cerca de 30 mulheres de todos os setores do museu, entre seguranças, recepcionistas, produtoras, auxiliares administrativas e de serviços gerais, advogadas, jornalistas, designers, museólogas e gestoras. Em uma série de encontros realizados ao longo de dois meses, sob a orientação da equipe de conteúdo, as funcionárias trocaram experiências de vida e de trabalho, conversaram sobre o universo feminino e a respeito das múltiplas representações da mulher na arte, nos espaços culturais, na família e na sociedade.
O grupo também foi apresentado ao conceito da exposição e a uma série de obras de artistas mulheres presentes na Coleção MAR. E experimentou exercícios de curadoria, selecionando trabalhos de acordo com os desejos e conceitos mapeados nos encontros e norteando a curadoria da exposição. “Mulheres na Coleção MAR” está dividida em seis núcleos significativos: Retrato/Representação, Corpo Político, Geografias Transversais, Cidade e Paisagem, Abstração e Poéticas.
“Quando surgiu a ideia da exposição, pensei que não poderíamos perder a oportunidade de engajar as funcionárias do MAR em um processo curatorial colaborativo, mais horizontal, de escuta recíproca em torno das questões do que é ser mulher e do que é fazer uma mostra de artistas mulheres. A diretoria acatou a sugestão e então nos debruçamos juntas sobre as obras da coleção, trocamos experiências e saberes, dividimos preocupações. O MAR segue vivo e pulsante na mão dessas mulheres, quebrando paradigmas e inventando novos modos de fazer curadoria“, explica Amanda Bonan, coordenadora de Conteúdo do MAR, antecipando que um vídeo sobre o processo, com imagens dos encontros e depoimentos das funcionárias, poderá ser visto na exposição.
Segundo a diretora executiva do museu, Eleonora Santa Rosa, esta exposição se reveste de alguns significados especiais. “O primeiro deles é fazer parte da programação extraordinária do Festival de Mulheres, com toda a potência que terá esse evento. Em segundo lugar, o que essa experiência proporcionou ao corpo funcional feminino do MAR. Foi muito importante, porque o museu experimentou pela primeira vez uma tecedura de exposição realmente de base, discutindo com quem às vezes não tem nada a ver com o trabalho curatorial como se realiza uma exposição. Ao mesmo tempo esses laboratórios de criação curatorial também abriram uma dimensão extraordinária de depoimentos pessoais. Então exposição está sendo amalgamada não só por um corte profissional, frio, “curatorial”, mas faz parte de um caldo muito maior, envolvendo uma percepção desse acervo, um outro olhar sobre a montagem desse acervo num determinado espaço e, mais do que isso, o cinturão em torno dessa exposição do ponto de vista de reflexão pessoal, de reflexão de histórias individuais, de narrativas dessas histórias e de como isso pode estar projetado nessa mostra“