A isenção de visto, de forma unilateral para 4 países: Austrália, Canadá, EUA e Japão
Promover um produto turístico demanda criatividade e, sobretudo, foco nos mercados prioritários. A real venda de um destino nasce de um plano que identifique mercados emissores, ações e formas de atingir os mesmos. Há sempre duas maneiras de se trabalhar as cidades receptoras: ações junto ao trade turístico das praças emissoras e junto ao publico consumidor.
Fora de tais pressupostos, existem ações governamentais importantes. Uma delas acaba de acontecer no Brasil: a isenção de visto, de forma unilateral para 4 países: Austrália, Canadá, EUA e Japão. A isenção vai, sem dúvida alguma, levar a um crescimento já previsto de 30% em 5 anos dos turistas daqueles países. A OMT vem orientando os países membros a abolir o visto, como forma de facilitar os fluxos turísticos.
Trata-se de uma das medidas que terá maior impacto no receptivo, tomada nos últimos anos. O que se leva em consideração é o que tais turistas deixarão como dinheiro novo em nossas economias, podendo em um futuro próximo haver, inclusive, uma reciprocidade com o Brasil. É preciso, no entanto, que seja realizada uma grande campanha de marketing, com a informação da isenção, para atrair novos turistas.
Promover é também participar dos grandes eventos de turismo, como a Fitur, o ITB, o WTM desde que os representantes dominem os idiomas, que haja material promocional feito para aquele público e que a participação esteja presente em um estudo prévio. A ida de comitivas com governadores em tais eventos não traz nenhum resultado para o turismo, excetuando matérias em jornais locais, caso não esteja calcada numa ação planejada ou é dinheiro de diárias e passagens aéreas, já muito reduzido, jogado no lixo.
Organização, por exemplo de cafés da manhã, para agentes emissores com apoio das companhias aéreas surte muito mais efeito, pois falamos direto com quem vende nosso produto. Assim como os tours de familiarização, que devem ter um custo, pois se trata de um processo de capacitação. Hoje podemos, inclusive, fazer workshops on line com tecnologia de visita aos diversos prestadores de serviços turísticos e atrativos também.
Não podemos nunca esquecer o boca a boca, oriundo de experiências que superaram as expectativas, através da prestação de serviço ou ainda ações. Devo confessar que a apresentação de grupos folclóricos, como tem feito a Riotur nos aeroportos e portos, reveste-se de caráter promocional indireto que muito contribui na fixação de imagem positiva.
Os encontros com o Corpo Consular promovidos para dotá-los de informações sobre projetos e programas contribui para os relatórios que enviam aos seus países de origem. Os Embaixadores do Turismo do Rio, reconhecidos por seu trabalho individual, hoje, são ícones quando viajam ou desenvolvem trabalhos, palestras ou nas entrevistas que concedem.
A promoção também se baseia nos grandes eventos que as cidades sediam: o carnaval, por exemplo, necessita de recursos públicos para que mantenha a qualidade vital, para que siga figurando no inconsciente de muitos que querem nos conhecer, como o Réveillon, que não pode ser uma mera queima de fogos, mas um projeto integrado de hotéis, restaurantes, agências e associações de moradores. O dialogo aberto entre Poder Público e iniciativa privada, através dos conselhos municipais de turismo.
Promover é vital, no entanto, com critérios profissionais e ações que envolvam todos os atores da cadeia produtiva. Precisamos acreditar mais em nossa sobrevivência nos mercados nacionais e internacionais, deixando de lado um discurso politizado que atrapalha o turismo…