Empreendedores devem identificar com maior precisão os produtos que irão produzir e a capacidade de absorção.
Cada vez mais a tecnologia está presente na vida das pessoas, interferindo, mudando e criando novas formas de relacionamento e consumo. São smartphones que fazem quase tudo, relógios que medem calorias gastas, plataformas das redes sociais gerando comunicação instantânea entre as pessoas, compras virtuais, enfim, a interatividade está presente em todos os minutos de nosso dia.
E, à medida que avançamos nesta velocidade, é fundamental olharmos para a frente e identificar as tendências deste novo consumidor e suas relações com marcas, produtos e formas de consumo.
Nos meus estudos sobre o mercado imobiliário, fiz algumas análises sobre este novo mercado que quero compartilhar com vocês.
O primeiro ponto que quero destacar é a certeza de que na hora de comprar um imóvel, a busca por oportunidades e produtos cada vez mais, e com maior intensidade, começa na internet.
Antes de sua tomada de decisão, os clientes buscam o máximo de informação. Eles realizam pesquisas em sites e avaliam preços, condições de pagamento, opções de serviços existentes nos bairros e arredores, facilidades de transporte, escolas, bancos, supermercados.
Neste cenário, minha visão é ver ainda mais nas empresas a contratação de estrategistas de mídias on line para integrar seus esforços em conteúdos relevantes para maior geração de leads e receitas.
Outro ponto que quero destacar é de que, embora o mundo virtual venha ganhando cada vez mais espaço, entendo que a presença física de um profissional de vendas continua sendo relevante no mercado imobiliário. Mas as relações se profissionalizaram. Hoje em dia o consumidor está mais “antenado”. Para acompanhar o cliente, o corretor tem que ter um MBA sobre o produto e sobre o mercado: conhecimento do prédio, do imóvel, funcionamento e custos de condomínio, IPTU, iluminação, ventilação, vizinhança, ofertas disponíveis, documentação, e outros detalhes significativos para a tomada de decisão. Assim, aquilo que começou virtualmente só terá conclusão presencialmente.
Em épocas em que a economia fica retraída é ainda mais importante que as empresas e os profissionais de vendas estejam preparados para atender este consumidor mais informado e exigente. É fundamental que as companhias intensifiquem seus investimentos em treinamentos, cursos de reciclagem e na contratação de profissionais mais qualificados.
Assim como os empreendedores devem identificar com maior precisão os produtos que irão produzir, o publico alvo, o preço adequado para alienação e a capacidade de absorção de unidades na região escolhida.
O novo profissional de mercado deve estar preparado para análises comparativas, ter noções estatísticas para mensurar o desempenho de suas ações, dominar conceitos de matemática financeira para aconselhar sobre as opções de financiamento, ter conhecimento sobre documentação. Enfim, acabou aquela fase antiga do “mostrador de produto” , assim como a ideia de o que se empreende acaba tendo liquidez.
Para as empresas, este é o momento de intensificar sua área de planejamento, ter uma inteligência de mercado para analisar resultados, prever tendências e adaptar suas estratégias, analisar com mais profundidade e precisão o perfil do futuro comprador.
Acredito que o mercado continuará ativo. As necessidades das soluções de vida vão se impondo sobre a economia instável do país.
Caberá às empresas entender de fato este novo mercado, aproveitar o momento e seguir adiante
Leila Bogoricin
Arquiteta e corretora, iniciou suas atividades no mercado imobiliário em 1972.
Sua expertise neste mercado abrange todo o ciclo imobiliário, desde a assessoria na compra do terreno, passando pela gestão do produto, legalização, projetos, elaboração e execução do plano de ação comercial e de marketing dos empreendimentos. Com experiência no mercado brasileiro e internacional, foi diretora comercial de imobiliária grande porte, durante mais de 10 anos, se desligando daquela empresa em abril de 2015. Era responsável pela operação de mais de 20 lojas, planejamento estratégico e ações táticas comerciais tanto para o mercado primário (lançamentos) quanto para o mercado secundário (usados).