É senso comum entre os analistas dos mais diversos segmentos de mercado, que o impacto deste momento conturbado, afetam e continuarão interferindo em nossas vidas, projetos e sonhos.
Aprendi que as oportunidades nunca são perdidas; alguém vai aproveitar as que você perdeu.
William Shakespeare
Grande parcela dos brasileiros está acompanhando diariamente, os acontecimentos no país. Há tempos não contemplávamos um interesse tão participativo da população com relação à política e seus desdobramentos nos cenários econômico e social.
É senso comum entre os analistas dos mais diversos segmentos de mercado, que o impacto deste momento conturbado, afetam e continuarão interferindo em nossas vidas, projetos e sonhos.
Sou sempre surpreendida quando escuto ser citado ou ressuscitado o velho mito da Bolha Imobiliária. Quando em 2007 começaram os problemas nos Estados Unidos com a queda acentuada nos preços dos imóveis, alguns analistas vislumbraram que o mesmo processo iria ocorrer no Brasil. Isto porque os preços haviam subido muito, o crédito imobiliário havia expandido significativamente, e encontrávamos inúmeros novos empreendimentos sendo produzidos no mercado. Como constatamos a bolha não estourou e os preços não despencaram.
Os valores das unidades, variando em função da sua localização, atingiram um aumento maior do que 500%. E aqueles que estavam aguardando a queda vertiginosa dos preços, continuam esperando até hoje.
Vale também lembrar que quem comprou imóvel em 2002/2003, quando se vivia um momento de crise no país e o dólar atingia a um patamar de R$ 4,00, assistiu o preço de seu patrimônio crescer e se multiplicar significativamente.
É certo que no mercado do Rio de Janeiro não existe excesso de oferta. O que constatamos são determinados nichos. Empreendimentos com muitas unidades concentrados em determinadas regiões da cidade. Mas se olharmos para o fato de que a população também aumenta , as pessoas casam, se separam, e tem maior longevidade, a demanda por imóveis continua aumentando e em ritmo mais acentuado do que a produção de novos empreendimentos.
O que existe no momento é uma acomodação de valores em função da paralisação do país e a insegurança gerada pelos acontecimentos. Muita gente não esta comprando imóveis ou adiando sua decisão de compra porque tem medo de perder o emprego ou ver seus ganhos se reduzirem. O mesmo vem acontecendo em vários outros setores e produtos tais como veículos, móveis, eletrodomésticos, etc.. É a estagnação da economia. É a crise de confiança que assusta empresários, investidores e a população.
Sabemos que unidades habitacionais demoram a ser produzidas, e os investimentos em novos empreendimentos estão suspensos.
Assim quando a economia voltar a se recuperar vão faltar imóveis e os preços vão voltar a subir. E novamente vamos ter que enfatizar que não se trata de bolha imobiliária.
Leila Bogoricin
Arquiteta e corretora, iniciou suas atividades no mercado imobiliário em 1972.
Sua expertise neste mercado abrange todo o ciclo imobiliário, desde a assessoria na compra do terreno, passando pela gestão do produto, legalização, projetos, elaboração e execução do plano de ação comercial e de marketing dos empreendimentos. Com experiência no mercado brasileiro e internacional, foi diretora comercial de imobiliária grande porte, durante mais de 10 anos, se desligando daquela empresa em abril de 2015. Era responsável pela operação de mais de 20 lojas, planejamento estratégico e ações táticas comerciais tanto para o mercado primário (lançamentos) quanto para o mercado secundário (usados).