O uso das mídias sociais se tornou crucial para a campanha presidencial nos Estados Unidos.
“Nosso trabalho não é dividir. Nosso trabalho é unir as pessoas”. É com esta frase que o pré-candidato democrata Bernie Sanders inicia sua mais nova campanha.
Senador pelo estado de Vermont, Sanders emergiu como uma das grandes surpresas das primárias que definirão quem serão os candidatos democrata e republicano a disputar a presidência dos Estados Unidos. Com 74 anos, o então candidato “nanico” se mostrou muito mais forte que sua principal rival, Hillary Clinton, poderia imagina.
Chamada “Together”, a última campanha do candidato democrata Bernie Sanders deixa clara suas intenções: “a união dos Estados Unidos” e o fim da discriminação por raça, gênero, religião ou orientação sexual. “Nós permaneceremos unidos”, diz o pré-candidato, como única voz no filme de um minuto mais incrível dos últimos tempos:
Produzido pela empresa Human, que já desenvolve trabalhos para Nações Unidas e para a Fundação Malala – o filme veiculado primeiro no digital é uma das grandes apostas criativas nessa corrida para presidência dos EUA. Esse é mais uma execução que reforça a força das mídias sociais para grandes acontecimentos no mundo, como a corrida presidencial americana.
Em 2008, durante a campanha presidencial nos Estados Unidos, o então candidato a presidência, Barack Obama, inovou ao usar as mídias sociais para interagir com os eleitores e assim conquistar mais simpatizantes, e consequentemente mais votos, que garantiram sua eleição. Ao anunciar pelo Twitter que o seu vice-presidente seria Joe Biden, Obama iniciou uma tendência que só fez crescer e se aprimorar desde então.
O fato é que 4 anos depois, em 2012, o uso das mídias sociais se tornou crucial para a campanha presidencial nos Estados Unidos.
Tanto que nessas eleições os candidatos usavam menos tempo em entrevistas antes ou depois de debates, ou outros eventos televisivos, para acompanhar as repercussões de suas palavras nas redes sociais.
Se antes de 2008 o foco das campanhas era a tecnologia “one-way” — principalmente para arrecadar fundos — com o uso de websites, telefonemas, e-mails, além dos tradicionais cartazes, adesivos e santinhos, agora os consultores políticos também usam dados de mídias sociais para direcionar sua propaganda online.
Segundo um coordenador de campanha no Facebook do Partido Republicano nas eleições de 2012, a ideia é se afastar do conceito de multidão e se aproximar do conceito de amigos.
Para isso, os partidos usam algoritmos para localizar usuários influentes nas redes sociais com perfil para se tornarem possíveis apoiadores de campanha.
No entanto, Teddy Goff, diretor de campanha digital do Presidente Obama em 2012, aponta riscos neste tipo de estratégia caso o candidato não pareça autêntico ao eleitor, pois além de não se engajar pode disseminar esta falta de conexão com o candidato.
Apesar da inegável influência das mídias sociais, alguns especialistas defendem que para uma campanha de sucesso na rede, com reflexo nas urnas, a conjuntura política, econômica e social é de suma importância. Ou seja, a internet por si só não faz milagre!
Como muitos devem saber, o voto nos Estados Unidos não é obrigatório, então para incentivar as pessoas a votarem a ONG Rock the Vote lançou um aplicativo que possibilita o registro eleitoral direto do smartphone. Como o registro online é permitido por lá, e com esta ferramenta pode ser feito de qualquer lugar do mundo, é esperado que o número de votantes aumente este ano.
Aqui no Brasil a corrida eleitoral em todos os níveis passa pelas mídias sociais, com maior ou menor intensidade. Mas o que tem marcado mesmo este período é o bom humor do eleitorado que usa e abusa de memes e posts engraçados para apoiar seu candidato ou simplesmente fazer piada com personalidades políticas. Que pode ser um cheiro da falta de informação da população geral, mas não podemos tirar a legitimidade das reações dos brasileiros sobre política.
E pra você, as mídias sociais têm o poder de decidir uma eleição?
Dani Bogoricin
Daniela Bogoricin é curiosa e apaixonada pelo novo. Formada em Administração e Marketing pela ESPM-RJ, sempre esteve envolvida com o universo das artes, música e comunicação. Atua há 12 anos nas áreas de planejamento, criação e branding nas agências Santa Clara, Young & Rubicam e WMcCann e atualmente é estrategista de marca do Twitter Brasil auxiliando marcas como Coca-Cola, Mc Donald’s, Visa. Mondelez, Nestlé, Petrobras, Santander, Itaú entre outras relevantes na plataforma. Faça contato com ela pelo: https://br.linkedin.com/in/danibogoricin