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Sem medo de errar, podemos afirmar que a nossa vida (pessoal e profissional) é orientada pela tecnologia, que busca, entre outras coisas, longevidade, inteligência, bem-estar, facilidade, agilidade, conveniência e, principalmente menores custos ou uma melhor relação custo/benefício.

Agravado pela recessão que vivemos no Brasil, o segmento de imóveis  comerciais teve que se reinventar, passando por usos e ocupações diferentes.

Hoje, estamos vendo uma verdadeira revolução que está alterando a forma de atuação de  pequenas empresas, profissionais liberais, plataformas de serviço, freelancers e autônomos.

Listamos neste blog alguns modelos que estão tendo relativo sucesso no mercado e que podem ser uma boa alternativa de negócio.

ESPAÇOS COWORKING

 Coworking é uma nova forma de pensar o ambiente de trabalho. Seguindo as tendências das start-ups e freelancers, os espaços coworkings reúnem diariamente profissionais a fim de trabalhar em um ambiente inspirador, com uma  infraestrutura  administrativa eficiente, compartilhando os espaços de trabalho de forma a reduzir custos e aumentar as possibilidades de networking.

Esse modelo permite que mais e mais escritórios se espalhem pelo país.

No Brasil, contam-se mais de 100 espaços. No mundo todo, estima-se que já existam mais de 4.000 espaços em funcionamento.

Todo esse êxito é produto de uma ideia simples: profissionais independentes ou pequenas e médias  empresas que procuram um espaço de trabalho com localização adequada e com  toda a infraestrutura  e eficiência de uma empresa de porte grande.

Nestes espaços, o foco de cada profissional será no core business do seu negócio deixando de se preocupar  com questões como telefonia, rede, acessos à internet, wifi, recepção , central de recados, entre outros.  Tudo isso com um custo menor do que teria ao alugar uma sala ou um conjunto comercial.

Outra vantagem do Coworking é a possibilidade de crescer ou reduzir postos de trabalhos permanecendo no mesmo endereço. Sem se preocupar com as burocracias  administrativas e financeiras  decorrentes destas mudanças.

Muitos proprietários que possuem imóveis comerciais de grande porte estão buscando empresas de Coworking para se associarem e  ocupar estes espaços que hoje estão difíceis de alugar. Ou estão desenvolvendo a instalação deste modelo em seus imóveis.

LOJAS COLABORATIVAS E LOJAS COMPARTILHADAS

As vendas online continuam a crescer no mundo todo. Isto é um fato e uma tendência.

Também é verdade que muitos artesãos, designers de moda, de bijuterias e  jóias, pâtisseries, fabricas de pão  e inúmeros outros segmentos apareceram e conquistaram mercado através da internet com custos mais baixos e repasse de preços competitivos a seus clientes.

Neste cenário, cada vez maior em nosso dia a dia, é fundamental  uma nova postura empresarial em sintonia com as tendências deste novo consumidor  e suas relações de compra e fidelização.

Um novo segmento que emerge para o pequeno empresários é o de lojas compartilhadas e/ou lojas colaborativas para expor e vender seus produtos.

LOJAS COLABORATIVAS

As lojas colaborativas surgiram na Europa e foram implementadas por aqui por brasileiros que gostaram da ideia. Elas são um tipo de comércio no qual qualquer pessoa pode alugar um espaço e vender seus produtos sem se preocupar com a burocracia de um estabelecimento físico. Aqui, mais uma vez, é ressaltada a  tendência do empreendedor  focar no seu core business – principalmente para um país como o Brasil onde são tantas as burocracias para se abrir e manter um estabelecimento.

A ideia é de que  pequenos e médios  empreendedores possam  ter uma loja própria a um custo muito mais baixo.

Funciona da seguinte forma:  O empreendedor  entra com a parte do custo referente à locação do espaço, e também os custos da gestão, é responsável pela produção e pelo produto.

O gestor da loja colaborativa cuida da parte administrativa, dos vendedores,da loja e sua estrutura e o pagamento de impostos, entre outros.

Os  produtos podem ser variados,  como roupas, acessórios, quadros, utilidades para lar , entre outros.

A curadoria é feita pelos próprios clientes. A marca, primeiramente, assina um contrato em torno de um mês , sem metas, para montar o espaço e sentir a aceitação do público na experimentação de novos produtos. Passado um período, os produtos precisam atingir a meta mensal de vendas do valor correspondente ao investido no aluguel do espaço. Se isso não ocorrer em 90 dias, por exemplo, outro empreendedor passará a ocupar este espaço.

Hoje, as lojas Colaborativas que já fazem sucesso, possuem uma lista de espera de acordo com o tamanho do espaço desejado pelo cliente.

Esta modalidade de negócio vem sendo utilizada por unidades de rua de grandes centros urbanos, assim como espaços em Shopping Centers que já vem apresentando dificuldades em ocupar suas unidades.

LOJAS COMPARTILHADAS

 Este modelo de negócio tem como premissa a utilização de uma área de vendas a ser compartilhada por vários  lojistas ao mesmo tempo.

O Layout é totalmente adaptável, com mobiliário modular que permite o uso conforme a necessidade de cada loja. A operação foi criada pensando em incentivar o empreendedorismo e o desenvolvimento de pequenos negócios.

Neste caso os empreendedores se unem e alugam o espaço por um prazo determinado.

Cada marca cuida da sua gestão, é responsável pelos seus vendedores e sua contabilidade.

Esse novo conceito de exposição, promoção e venda de produtos carrega o aspecto colaborativo, visando a uma cooperação lucrativa e estimulante.

Justamente por dividirem o mesmo espaço, a viabilidade de pequenos negócios é impulsionada porque os custos de locação e operação são divididos e, portanto, reduzidos.

As marcas acabam se conhecendo através de contatos pessoais, amigos, na web, networking. Já começam a aparecer alguns tipo de shoppings que adequam seus espaços oferecendo novas oportunidades para a exposição de diferentes marcas e produtos.

O que estamos assistindo é uma mudança importante no conceito de utilização de espaços comerciais. A ideia do compartilhamento chegou para ficar e certamente será estendida para outros segmentos.

Vale lembrar a frase do professor Leon C. Megginson:

Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças.

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Leila Bogoricin
Arquiteta e corretora, iniciou suas atividades no mercado imobiliário em 1972.
Sua expertise neste mercado abrange todo o ciclo imobiliário, desde a assessoria na compra do terreno, passando pela gestão do produto, legalização, projetos, elaboração e execução do plano de ação comercial e de marketing dos empreendimentos. Com experiência no mercado brasileiro e internacional, foi diretora comercial de imobiliária grande porte, durante mais de 10 anos, se desligando daquela empresa em abril de 2015. Era responsável pela operação de mais de 20 lojas, planejamento estratégico e ações táticas comerciais tanto para o mercado primário (lançamentos) quanto para o mercado secundário (usados).