A ordem de todas as coisas nos disponibiliza a qualidade dos opostos.
A palavra oposto nos remete à contradição, incompatibilidade, adversidade, antagonismo, mas também pode ser complementaridade numa visão dual.
Só conhecemos o dia porque conhecemos a noite. Só conhecemos o claro porque estivemos no escuro. Só sentimos alegria porque experimentamos a tristeza. Só desejamos situações agradáveis porque vivenciamos as desagradáveis. E assim segue tal lógica para outras coisas que experimentamos e nomeamos.
Como você sabe que agora está calor? Porque já sentiu frio. Portanto pode discernir os dois estados, reverso um do outro.
Como você pode nomear a satisfação e apreciá-la? Provavelmente porque passou pela insatisfação e definiu sua preferência.
Conceber os opostos como complementares vai muito além de acomodar as polaridades e acometimentos do dia a dia. É ingrediente para ponderar o ganho e a perda, o sofrimento e a felicidade, até mesmo o viver e morrer.
Apreender a dualidade é refletir e contemplar sobre o sentido da vida para alguns, redefinir valores para outros, desapegar da vida para muitos, autoconhecimento para tantos etc. Mas independente do objetivo, do pensar, sentir ou agir de cada um de nós, a existência das qualidades dos opostos, deve ser considerada e revisitada como outros temas que nos dedicamos em prol da acomodação emocional. Principalmente numa situação adversa que o melhor destino é a resignação.