Quando o termo “empresas sustentável” ganhou notoriedade, a maioria das organizações não fazia ideia do que isso realmente significava para o todo de seu negócio
Muitas empresas abraçaram a causa por questões de preocupação ambiental, vendo na “moda” uma oportunidade de colocar em prática valores que já possuíam. Só que, mais do que uma questão de cuidado com o meio ambiente, criar uma postura sustentável é uma demanda básica, de grande valor na gestão empresarial.
Nos últimos anos, a imagem da empresa nunca esteve tão em jogo quanto hoje. Ser sustentável determina ter ou não um consumidor fiel, pois o boicote a marcas que agridem o meio ambiente de alguma forma tem escala mundial, graças à internet. Ser sustentável é afirmar que se respeita o consumidor, e que ele pode confiar na sua marca, sem culpa, sabendo que, indiretamente, ele mesmo está fazendo um bem ao planeta. Seguindo essa lógica, realmente há muito a se ganhar com uma gestão adequada.
O setor da construção civil tem um papel fundamental quando o assunto é sustentabilidade. Segundo o Conselho Internacional da Construção (CIB), este é o setor de atividades humanas que mais consome recursos naturais e utiliza energia de forma intensiva, gerando impactos ambientais consideráveis. Além dos impactos relacionados ao consumo de matéria e energia, há aqueles associados à geração de resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Estima-se que mais de 50% dos resíduos sólidos gerados pelo conjunto das atividades humanas sejam provenientes da construção.
Na busca pela redução dos impactos ambientais provocados pelas obras, surge o paradigma da construção sustentável. O conceito transcende a sustentabilidade ambiental, para abraçar a sustentabilidade econômica e social, que enfatiza a adição de valor à qualidade de vida dos indivíduos e das comunidades.
Os desafios para o setor da construção são diversos, porém, em síntese, consistem na redução e otimização do consumo de materiais e energia, na redução dos resíduos gerados, na preservação do ambiente natural e na melhoria da qualidade do ambiente construído.
No âmbito da edificação, entende-se como essenciais a adequação do projeto ao clima do local, minimizando o consumo de energia e otimizando as condições de ventilação, iluminação e aquecimento naturais; previsão de requisitos de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida ou, no mínimo, possibilidade de adaptação posterior; atenção para a orientação solar adequada, evitando-se a repetição do mesmo projeto em orientações diferentes; e a utilização de coberturas verdes.
A escolha dos materiais de construção também gera impacto. É preciso a utilização de materiais disponíveis no local, pouco processados, não tóxicos, potencialmente recicláveis e culturalmente aceitos. Além disso, deve-se evitar sempre o uso de materiais químicos prejudiciais à saúde humana ou ao meio ambiente, como amianto, CFC, HCFC, formaldeído, policloreto de vinila (PVC), tratamento de madeira com CCA, entre outros. Quanto aos resíduos da construção civil, deve-se atentar para a sua redução e disposição adequada, promovendo-se a reciclagem e reuso dos materiais.
Com relação à energia, recomenda-se o uso do coletor solar térmico para aquecimento de água, de energia eólica para bombeamento de água e de energia solar fotovoltaica, com possibilidade de se injetar o excedente na rede pública. Sobre águas e esgoto, é interessante prever: a coleta e utilização de águas pluviais, utilização de dispositivos economizadores de água, reuso de águas e o tratamento adequado de esgoto no local.
A respeito do tratamento das áreas externas, recomenda-se a valorização dos elementos naturais no tratamento paisagístico e o uso de espécies nativas, a destinação de espaços para produção de alimentos e compostagem de resíduos orgânicos, o uso de reciclados da construção na pavimentação e de pavimentação permeável, a previsão de passeios sombreados no verão e ensolarados no inverno.
Com informações dos portais SEG e Ministério do Meio Ambiente.