A Praia da Saudade ficou no passado. Só resta lembrar.
Uma praia com nome marcante e que ficava onde hoje é uma das mais belas e visitadas regiões turísticas do Rio.
A Praia da Saudade ficava na entrada do bairro da Urca, Zona Sul do Rio de Janeiro. Não há registro histórico preciso sobre o motivo do nome, mas a versão aceita é ligada a uma colônia de pescadores locais.
“Da Praia, as pessoas ficavam olhando os navios e barcos seguirem mar adentro, muitas vezes levando gente querida”, destaca o pesquisador Álvaro Ventura.
Em 1850, com a inauguração do Hospício Pedro II, deu-se o início a urbanização dos arredores da Praia da Saudade. Existia por lá também um cemitério, que foi transferido para o São João Batista, pois as ressacas do mar destruíam as tumbas.
Já no século XX, a Praia da Saudade passou a ser frequentada por banhistas e a servir de palco para competições de regatas, já que a Praia Vermelha era inacessível à população por conta da existência do prédio da Escola Militar entre as pedras da Urca e da Babilônia.
No ano de 1908, por conta da Exposição Nacional Comemorativa do 1º Centenário da Abertura dos Portos do Brasil, construíram-se vários pavilhões em alvenaria para abrigar as festividades. Foi quando também ocorreu o primeiro aterramento da Praia da Saudade, sendo construída um parapeito de pedra ao longo da avenida à beira-mar, batizada com o nome de Avenida Pasteur.
Anos depois, em 1930, a Praia da Saudade foi totalmente aterrada para a construção do Iate Clube do Rio de Janeiro. As lembranças ficaram.
Felipe Lucena é jornalista, roteirista e escritor. Filho de nordestinos, nasceu e foi criado na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Apesar da distância, sempre foi (e pretende continuar sendo) um assíduo frequentador das mais diversas regiões da Cidade Maravilhosa.