Para acomodarmos a nós mesmos, o que chamamos de Todo é de suma importância, no momento da meditação e na ação diária.
O Todo não representa somente aquilo que sentimos, pensamos e fazemos.
O Todo também é composto pelo que a mente não sente, não pensa e não executa.
A mente enquanto sucessão de pensamentos é limitada em sua natureza e não dá conta de abarcar a imagem do Todo. A mente é capaz de conceber a interdependência e as leis universais, mas não de conhecer a ordem inteligente que define todos os acontecimentos concomitantemente. Muito menos de ter propriedade sobre aquilo que governa todas as coisas.
Algumas escolas de pensamento disponibilizam tal concepção e dão nome para essa ordem inteligente que governa todas as coisas.
A prática de meditação pode nos conduzir à experiência de pertencer a essa ordem cósmica, de não sermos separados dela. Tanto quanto, conceber a interdependência, reconhecer que há fatos sem explicação, que não se encaixam dentro da lógica da mente. Escolher por algo que favoreça o equilíbrio de si e do Todo.
Essa experiência de ser o Todo gera uma sensação de bem estar e acomoda nossas inquietações. Mas somente a prática de meditação não nos estabelece nesse estado confortável. Para que tal experiência momentânea de bem estar seja sustentada se faz necessário um estudo, uma referência, uma orientação adequada que traga essa visão de totalidade, interdependência e possibilidade de felicidade plena.
Ainda que por meio dos sentidos se tenha uma sensação de pertencimento, se faz necessário um entendimento para alimentar a mente e mantê-la saciada. A mente necessita de nome complementando a vivência de meditação. Quer conceituar e ter respostas esclarecedoras para as sensações agradáveis e desagradáveis.
O conceito de Todo ocupa o espaço deixado por nossas limitações de entendimento, fala sobre aquilo que parece não ter lógica e encadeamento. Está presente para aquilo que não entendemos o porquê, quando, onde, pra quê, como e o quê.