Miniapartamentos são a nova aposta do mercado imobiliário

Os primeiros projetos com base no novo código devem começar a ser lançados no segundo semestre.


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Em janeiro deste ano, a prefeitura do Rio simplificou a legislação urbanística do município. O Código de Obras e Edificações passou a ter 41 artigos, em substituição aos mais de 500 que existiam anteriormente. Na prática, além de desburocratizar os licenciamentos, a mudança permite a construção de prédios com apartamentos de 25 metros quadrados de área mínima — exceto nos bairros de Barra da Tijuca, Recreio, Vargens Grande e Pequena e na Ilha do Governador. Pelas regras antigas, a área mínima útil dos apartamentos variava de 28 metros quadrados (Centro e Zona Norte) a 60 metros quadrados (Zona Sul). Os primeiros projetos com base no novo código devem começar a ser lançados no segundo semestre.

Para o vice-presidente administrativo e financeiro do Sindicato de Habitação do Rio (Secovi), Ronaldo Coelho Netto, a mudança é positiva para o mercado, porque cria um produto para atender a um grupo amplo de clientes: estudantes que dividem apartamentos ou alugam quartos, pessoas que moram sozinhas e casais que passam o dia inteiro fora. Entretanto, destaca ele, é preciso que o bairro ofereça infraestrutura:

— Há muita gente querendo sair de casa, mas, hoje, o que o mercado imobiliário oferece é muito caro. As novas regras vão criar alternativas. Entretanto, para que os imóveis sejam ocupados, é preciso construir em áreas com transporte, hospital, escola pública.

Modelo vai atender público específico

O modelo de miniapartamentos já é uma realidade em São Paulo, onde já existem residências de dez metros quadrados, em que a cama levanta e a mesa dobra, por exemplo. Já faz parte da cultura da cidade. No Rio de janeiro, será preciso um período de adaptação.

Luís Guilherme Russo, diretor-presidente da administradora de imóveis Irigon, garante que a tendência é a construção de apartamentos cada vez menores, com maior infraestrutura, por causa da violência:

— As novas construções devem ser menores, mas com piscina, salão de festas, parquinho, para que as pessoas tenham a sensação de comunidade sem sair do condomínio.

Plano B para o trabalhador que mora longe

A experiência de São Paulo mostra que os apartamentos pequenos são uma alternativa para as pessoas que moram longe do trabalho e enfrentam longas horas de trânsito. Os imóveis servem de morada temporária, de segunda a sexta, e os trabalhadores retornam para o convívio da família, no fim de semana.

O Rio também tem demanda para o formato, tanto por causa das pessoas que moram nas áreas mais afastadas da Região Metropolitana, quanto pelo contingente que mora sozinho. Financeiramente, esse tipo de empreendimento é viável, porque o custo é menor, o que torna a venda mais fácil, avalia Conde Caldas, da construtora Concal.


Liliane Oliveira
Psicóloga clínica e Hospitalar e Instrutora em Yoga. Atendimento terapêutico individual, casal, família e de pessoas acometidas por doenças crônicas e agudas. Ministra aulas particulares de Hatha Yoga. Dedicada também ao estudo de advaita vedanta, neurociências, sustentabilidade e alimentação inteligente. Promove trocas de saber sobre qualidade de vida e morte, valorizando um estilo de vida em Yoga. www.lilianeoliveira.org

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