Em 2009, Nova York roubou a atenção do mundo com a construção de um parque suspenso numa antiga linha férrea abandonada, o famoso High Line Park, que se tornou uma atração turística concorrida e exemplo mundial de urbanismo sustentável.
Manhattan tem um novo projeto em vista que promete fazer barulho, o “Lowline”. Dessa vez, o parque será subterrâneo e vai revitalizar um terminal de bondes abandonado desde 1948 na região do Lower East Side, bairro com forte passado judaico que está se tornando um reduto da boêmia.
O projeto não é novo, ele foi apresentado em 2011 pelos arquitetos James Ramsey e Barasch Dan, mas só agora recebeu o primeiro “sinal verde” oficial. Nesta semana, o prefeito nova-iorquino Bill de Blasio afirmou que a cidade liberará a construção do parque se o projeto atingir uma série de requisitos.
Para ganhar a liberação, ao longo dos próximos 12 meses, os arquitetos precisarão arrecadar US$ 10 milhões em investimento inicial, realizar um punhado de encontros comunitários para garantir a participação social no processo, e, claro, desenvolver uma projeto de design detalhado para apresentar à Prefeitura.
Ao que depender de apoio popular, o “Lowline” tem tudo para virar realidade. Para se ter uma ideia, em 2012, o grupo lançou um projeto de financiamento coletivo na plataforma Kickstarter que angariou US$ 155 mil com ajuda de mais de 3 mil pessoas, estabelecendo um recorde para um projeto de design na plataforma em quantidade de apoiadores.
Os recursos arrecadados foram direcionados para resolver o verdadeiro desafio do projeto, de caráter tecnológico. Criar um parque com árvores e vegetação natural em um área de 4 mil metros quadrados sombria e fechada de baixo da terra não é uma tarefa simples.
Atentos a questão, os arquitetos e suas equipes montaram no ano passado um laboratório em um mercado abandonado em Essex – o Lowline Lab – que permite realizar testes controlados de cultivo de plantas em um ambiente que imita as condições ambientais do endereço subterrâneo.
A tecnologia consiste basicamente em um sistema que bombeia a luz solar da superfície para o subterrâneo através de cabos de fibra ótica e espelhos, permitindo que as plantas cresçam com a luz do sol além de criar uma iluminação natural e suave.
No caso do projeto piloto, que é aberto à visitação pública, o sistema garante iluminação solar para 3 mil plantas de mais de 50 espécies diferentes dentro do prédio.
Para finalmente levar o projeto para baixo da terra, a equipe estima que será necessário angariar US$ 80 milhões. Se tudo der certo, o primeiro parque subterrâneo do mundo será inaugurado em 2021.
Fonte: Vanessa Barbosa
Repórter especializada em meio ambiente de EXAME.com
Seu e-mail é vanessa.barbosa@abril.com.br
→Conheça melhor o projeto e o desenvolvimento: http://thelowline.org