No final de Fevereiro, o Banco Central reduziu a Selic em 0,75 ponto, para 12,25%.
Pela Ata do Copom pode se deduzir que está sendo estudado um processo de corte mais acelerado nas taxas de juros.
Ainda existem sinais de capacidade ociosa na indústria, no comércio e nos serviços o que comprova que podemos esperar uma retomada dos negócios sem gerar pressão inflacionária.
A perspectiva de queda da inflação vem se acentuando mais do que esperavam os economistas e a previsão é de se atingir o centro da meta de 4,5% ainda este ano.
Com este quadro de desinflação, ficam minimizados os riscos da economia e a garantia de uma retomada da atividade através da redução da taxa Selic que, segundo grande parte dos economistas, deve chegar a 9,5% até o final de 2017.
Outra boa notícia é a ampliação (ainda que temporária – vale até dezembro de 2017 quando então será reavaliada) do valor dos imóveis que podem ser comprados com recursos do FGTS. Antes, o limite máximo era de R$ 950 mil. Agora, este limite aumentou para R$ 1,5 milhão.
Esta proposta irá ajudar as incorporadoras e construtoras que trabalham no segmento de renda mais elevada a reduzirem seus estoques.
Ainda, no programa Minha Casa Minha Vida, será criada a chamada faixa 3, ou seja compradores com renda familiar de até R$ 9.000,00 mensais. Esta medida visa aumentar o leque de potenciais compradores.
Vale lembrar que a partir de março será liberado o saque do FGTS para as contas inativas. Embora tenham um reflexo pequeno no setor imobiliário,isso vai representar uma nova entrada de capital no mercado, trazendo mais otimismo ao consumidor.
Apesar de todas estas medidas anunciadas, o que esperar no comportamento do mercado imobiliário para o segundo trimestre de 2017?
Venhamos assistindo uma demanda reprimida há quase 02 anos e, por consequência, uma queda real nos preços de venda e locação.
Nos negócios que estamos fechando, percebemos que o ponto de liquidez está acontecendo naquelas unidades onde os preços já estão adequados dentro de uma faixa condizente com a fase recessiva que o país atravessa.
Queremos afirmar com isso que os preços praticados no passado ficaram para trás.
É preciso se enquadrar nesta nova realidade de mercado.
Hoje, temos um consumidor atento às oportunidades, realizando pesquisas online, identificando aqueles produtos que se encontram com valores adequados e por isto factíveis de serem visitados e passíveis de se fazer uma proposta, fechar uma negociação.
Em resumo: quem quer realmente vender ou alugar uma unidade vai precisar ajustar seu preço para que fique compatível com a demanda existente. Caso contrário, seu índice de liquidez irá se deteriorar deixando seu imóvel paralisado no mercado e o que é pior – gerando custos de condomínio, IPTU, manutenção, etc.
Por fim, nossa crença é de que estamos vivendo uma nova onda de oportunidades para quem quer comprar um bem durável.
Mas fica um alerta: com a economia começando a dar sinais de recuperação, a tendência é de um volume de ofertas mais reduzido. Assim é fundamental ter agilidade neste momento. Pesquise o que está disponível no mercado, identifique o imóvel com as características pretendidas e faça uma visita ao local e ao imóvel. Acredite que estamos vivendo um momento oportuno para voltarmos ao sonho da casa nova.
Leila Bogoricin
Arquiteta e corretora, iniciou suas atividades no mercado imobiliário em 1972.
Sua expertise neste mercado abrange todo o ciclo imobiliário. Com experiência no mercado brasileiro e internacional, foi diretora comercial de imobiliária grande porte, durante mais de 20 anos.
Márcio Pegado
Consultor de Marketing e Branding.
Formado em Comunicação pela PUC/RJ, com MBA em Administração e outro em Varejo pela Coppead/RJ. Trabalhou em grandes agências de publicidade e no mercado de varejo e serviços dos maiores players em seus respectivos segmentos. Atualmente presta consultoria em estratégias de Comunicação de Marketing.