Do futebol à música, o país tem estado nas bocas do mundo. É hoje nação popular graças ao reconhecimento do trabalho que é feito quer a nível individual quer das organizações.
Em 12 meses, Portugal foi campeão europeu de futebol, viu António Guterres ser escolhido para secretário-geral da ONU, acolheu o Papa Francisco em peregrinação e arrebatou o júri e o público da Eurovisão. Saiu em 16 mil notícias em todo o mundo, atingiu recordes no turismo. Mas, dizem os especialistas ouvidos pelo DN, não será caso para dizer que o país está na moda, porque esta é efêmera e nem sempre sinônimo de qualidade. Portugal está em alta, o que faz subir a autoestima dos portugueses.
“Estar na moda é temporário. Nós estamos mais do que na moda. Estamos no centro das atenções. E o fato de ganharmos a Eurovisão é mais uma razão de visibilidade”, diz ao DN Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, destacando que “em 2016 saímos em 16 mil notícias em todo o mundo e recebemos 600 prêmios”. Para o responsável, o posicionamento do país no mundo tem muito que ver com a música interpretada por Salvador Sobral: “Simplicidade, transparência, honestidade.”
Viriato Soromenho-Marques, professor catedrático na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, considera que dizer que o país está na moda pode ter uma interpretação errada: “Às vezes as coisas estão na moda mesmo sem ter muito mérito. Portugal está a ter reconhecimento em vários campos, mas isso significa esforço, investimento. Não é uma dádiva.” As conquistas que o país tem alcançado são, para Soromenho-Marques, resultado da qualidade das pessoas ou das instituições envolvidas e também da existência de uma escala cosmopolita e europeia”, que permite “realçar as qualidades das pessoas e das estruturas”. Se não existisse essa escala e a circulação de pessoas “não haveria países na moda”.
Fonte: Diário de Noticias